Já vale tudo

29-09-2016

PONTOS NOS IS. Mariana Mortágua, em nome do Governo, anunciou o conhecido IMM (Imposto Mariana Mortágua). Como se viu, o novo imposto sobre o património imobiliário não agradou a muita gente, incluindo a destacados dirigentes socialistas, estes sobretudo pela forma como foi anunciado. Visivelmente desconfortáveis com o protagonismo do Bloco de Esquerda, Carlos César, líder da bancada parlamentar socialista, primeiro e, Pedro Nuno Santos, Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, depois, correram a garantir que, em nome do Governo só falava o Governo. Por algumas horas foi-se dizendo nos corredores da politica que o BE tinha sido posto no seu lugar. Puro engano. Pedro Filipe Soares, líder parlamentar bloquista, reagiu, deixando claro que tudo tinha sido previamente acertado. Ninguém o desmentiu. Nem sequer sobre a forma tentada. O PS saiu mal na fotografia. O BE voltou a mostrar quem manda na “geringonça”.

TRAPACEIRO. Custa-me, mas não encontro outra forma de dizer isto. O primeiro-ministro é trapaceiro. A economia cresce menos que o ano passado, as exportações crescem menos que o ano passado e o investimento, publico e privado, está em queda acelerada. “Martelar” gráficos para dizer o contrário, “flagelar” números para defender o inverso, apenas para poder para sustentar a narrativa de que tudo está a correr bem, é intolerável. António Costa entrou naquela fase em que já vale tudo. Por isso aceitou o processo de “bloquização” do PS, que atirou para o caixote do lixo o legado socialista na construção do nosso regime democrático. Por isso ignora, olimpicamente, todos os avisos que são dirigidos ao seu governo. Por isso mente sempre que tanto for necessário. Neste particular, as atitudes de António Costa são cada vez mais parecidas com as de José Sócrates. Também aquele “habilidosamente” nos pintava uma realidade imaginária. Durante muito tempo os portugueses nela acreditavam. José Sócrates foi por isso, neste contexto, muitíssimo bem-sucedido. O resto da história é, porém, bastante diferente. Não foi nenhum mar de rosas. Sabemos como terminou.


Jorge Paulo Oliveira
Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão

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