O QUE LÁ VAI, LÁ VAI

Nos últimos 6 anos, se excluirmos a criação de mais um gabinete médico na Unidade de Saúde Familiar de Ribeirão, o Governo do PS não fez um único investimento digno desse nome nas unidades de saúde em Vila Nova de Famalicão. Tão pouco concretizou as sucessivas promessas de reabertura das Extensões de Saúde do Louro e de Arnoso Santa Maria, o mesmo sucedendo com a prometida construção de uma nova unidade de Saúde na freguesia de Vale S Cosme, onde diziam, não faltava nem dinheiro, nem terreno, mas apenas vontade política.

Não concretizou, não justificou e já esqueceu, ou melhor dizendo, já desistiu dessas promessas, confiando que os famalicenses as tenham esquecido. Se isso não aconteceu, e não aconteceu de certeza, sempre dirão, como as “Doce” ou os “D.A.M.A”, que “o que lá vai, lá vai” e o que interessa agora, não são as promessas antigas, mas as novas promessas novas.

Imbuído desse espírito, o mesmo PS prometeu-nos assim, a quatro dias do ato eleitoral, a construção de novos edifícios para as Unidades de Saúde Familiar de Joane e de S. Miguel-o-Anjo, em Calendário.

Nada foi feito de significativo nos últimos 6 anos, mas dizem que agora é que é, agora é para valer.  Teremos, naturalmente, de aguardar. Uma coisa é certa, nos últimos 10 anos, o único grande investimento na área da saúde, em Vila Nova de Famalicão, pago pelo Orçamento do Estado, ocorreu no Governo do PSD/CDS-PP, ainda no tempo da troika, com a requalificação da Unidade de Saúde Familiar de Requião, a mesma que brevemente será ampliada, numa empreitada a cargo da Câmara Municipal, paga com o dinheiro do orçamento municipal e dos fundos comunitários, sem que o Ministério da Saúde haja contribuído com um euro.

No nosso concelho, o desinvestimento do Governo no setor da saúde tem sido tão evidente nos últimos 6 anos, que obrigou a Câmara Municipal a se substituir à administração central, assumindo responsabilidades que não são suas. E não faltam exemplos recentes de investimentos no setor da saúde que avançaram em Vila Nova de Famalicão sem qualquer apoio do Estado, mas com o apoio da autarquia. Destaque, desde logo, para as medidas de combate à pandemia, num total superior a sete milhões de euros do orçamento municipal, como a aquisição de equipamentos de proteção individual, a criação de uma urgência temporária no Hospital de Famalicão e até do Centro de Vacinação de Vale S. Cosme. Veja-se a construção da Clínica da Mulher e da Criança da unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave, um investimento de 300 mil euros pago pela autarquia e por empresários do concelho. Veja-se a compra dos equipamentos necessários para o Centro de Saúde de Delães instalar um consultório destinado a oferecer às populações consultas de medicina dentária gratuitas. Veja-se a disponibilização ao ACES de Famalicão, de viaturas do município para ajudar nas tarefas do acompanhamento domiciliário. Veja-se, igualmente, a disponibilização de colaboradores do município à ARS Norte, para apoio ao rastreio colaborativo Covid.

Mas, tão ou mais perturbante que este desinvestimento do Governo do PS no nosso concelho, é o atrevimento do PS de Famalicão ao qualificar como “trocos” os milhões de euros que Câmara Municipal vem desembolsado na supressão das necessidades dos famalicenses em matérias que são da responsabilidade exclusiva do Governo. Sem comentários.

OBSERVAÇÃO: Artigo de opinião publicado na edição de fevereiro do corrente ano do jornal “Viver a Nossa Terra”.

Partilhar ››

Jorge Paulo Oliveira

Jorge Paulo Oliveira