Não dá uma para a caixa

03-11-2016

SINDICATOS. Os transportes públicos estatais degradam-se a olhos vistos, mas não há greves. Porque será? Como interpretar o silêncio dos sindicatos? Fácil. Os sindicatos estão a atingir os seus objetivos. Estão satisfeitos com a recuperação de rendimentos e de privilégios e, por isso, eles próprios entraram em greve. A qualidade dos serviços e a sustentabilidade das empresas públicas nunca lhes tirou o sono.

SUBVENÇÕES. O PSD propôs a conversão em definitivo das reduções temporárias nas subvenções públicas para o Financiamento dos Partidos Políticos, o mesmo acontecendo com a redução dos limites máximos das despesas das campanhas eleitorais. Não, esta não é uma proposta demagógica. Os partidos políticos não podem viver acima das suas possibilidades, nem das possibilidades do Estado. Se o país continua a viver grandes dificuldades os Partidos devem continuar a dar o exemplo.

CAIXA. A nomeação de António Domingues para a Caixa Geral de Depósitos é uma ininterrupta sucessão de polémicas que se arrastam há meses. Começou com os milhões anunciados para a capitalização e o “desvio” de Mário Centeno. Seguiram-se os convites feitos e retirados a oito administradores. Depois veio a polémica do salário (423 mil euros/ano mais até 50% desse valor em prémios) na mesma altura em que era anunciada a necessidade da Caixa despedir dois mil funcionários. António Costa ainda justificou o fim do teto salarial na CGD com uma exigência do BCE. Mentiu como se soube recentemente. Ao salário juntou-se a possibilidade de António Domingues acumular o vencimento com a pensão, quando mais ninguém que exerce funções públicas o pode fazer. A seguir veio a publico que o novo Presidente da Caixa encomendou um estudo, que custou 3 milhões de euros, acima dos preços de mercado, quando sempre afirmara que tinha analisado a situação do banco apenas com base em informação pública. Agora, duvido que seja o último caso, é a pouca vergonha da isenção concedida pelo Governo a António Domingues de apresentar a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional. Tudo isto acontece porque não temos um governo a sério, mas apenas um bando de chico-espertos.


Jorge Paulo Oliveira
Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão

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