Brincadeira tem limite

19-05-2016

BRINCAR COM OS PAIS. Os pais de um aluno que frequente o 6.º ano, numa escola com contrato de associação, não sabe se daqui a dois meses, chegado o período das inscrições, pode ou não o inscrever na mesma escola ao abrigo daquele contrato, porque a meio do ano o Governo decidiu brincar com a estabilidade mínima dos percursos educativos, nada garantindo sobre o que possa vir a acontecer.

BRINCAR COM OS CONTRIBUINTES. Andou meses a anunciar que a austeridade tinha acabado. Não havia plano B. O único plano B era cumprir o plano A. Na entrevista que concedeu à SIC, António Costa admitiu que, caso fossem necessárias medidas adicionais, havia um Plano B. Menos de 48 horas volvidas, diz que se equivocou. Não há qualquer plano B e andamos nisto.

BRINCAR COM OS CONSUMIDORES. Depois do preço dos combustíveis ter subido 11 cêntimos por litro. Depois de se ter comprometido com a neutralidade do ponto de vista da receita, isto é, o aumento ou a descida do imposto sobre os produtos petrolíferos acompanharia a descida ou subida, respetivamente, dos preços dos combustíveis, o magnânimo governo das esquerdas brindou-nos com uma gigantesca descida de um cêntimo por litro na gasolina e no gasóleo, ou seja, um terço daquilo a que estava obrigado. Estava se a palavra dada fosse palavra honrada.

NO MEIO DA BRINCADEIRA. Entretanto a economia vai deixando os seus avisos, percebendo-se que cada vez menos se ouça falar do “virar de página da austeridade” e, cada vez mais, se compreenda melhor para onde ela nos está a levar. Os últimos indicadores conhecidos são muito claros. A economia está em franca desaceleração, o investimento privado praticamente estagnou, as exportações diminuíram 3,9%, as importações dispararam, a balança comercial deteriorou-se, o Estado volta a atrasar-se nos pagamentos e a taxa de desemprego sobe para 12,4%. No primeiro trimestre do ano, perderam-se 50 mil postos de trabalho. Nada disto é verdadeiramente surpreendente. Há muito que o desastre das políticas das esquerdas, agora cimentadas pelo apego ao poder de António Costa, estava anunciado.


Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão

Partilhar ››

Jorge Paulo Oliveira

Jorge Paulo Oliveira